Roger Machado retorna ao Grêmio após cinco anos desde sua última passagem em 2016
Foto: Lucas Uebel / Grêmio FBPAPor Andrei Severo * | 15 de fevereiro de 2022
Na manhã desta terça-feira (15), o Grêmio apresentou oficialmente o seu novo treinador. Roger Machado falou em entrevista coletiva para a imprensa e aos torcedores sobre o novo desafio em sua carreira, além do momento em que chega ao tricolor gaúcho. Após a saída de Vagner Mancini, o clube não demorou muito para concretizar o novo comandante até o final de 2022.
Primeiramente, quem se pronunciou foi o presidente Romildo Bolzan Jr. O cartola gremista elogiou o novo treinador: “É desnecessário ressaltar todo o trabalho como jogador, sua identidade com o clube. É desnecessário falar da sua qualidade como treinador em 2015/16. Agora ele retorna ao clube que deixou as portas abertas”. E agradeceu Mancini “pelos trabalhos ao clube, e por nos levar invicto até a primeira colocação do Campeonato Gaúcho até aqui”.
Roger Machado agradeceu a confiança imposta em seu trabalho, além de reforçar o sentimento de estar novamente em casa. “Tenho certeza que a gente vai ser muito feliz por estes anos. Vamos precisar contar com o torcedor, que é sempre muito atuante”, respondeu.
Sobre chegar ao clube em meio ao início da temporada, Roger comentou sobre o espaço de tempo: “A minha trajetória prova que, na maioria das vezes que cheguei no meio do processo, foram meus trabalhos mais longos. Mesmo que por alguns momentos eu entenda que chegar no momento seja melhor para poder fazer uma pré-temporada”.
Durante a apresentação, o novo comandante gremista ressaltou o fato de estar mais experiente desde sua última passagem como treinador em Porto Alegre. Além dos cabelos mais brancos, Roger Machado destacou o fato de ter passado por muitas equipes de grande porte nacional nestes últimos cinco anos.
Diferente de como deixou o clube em 2016, Roger Machado chega encontrando um Grêmio vivenciando um momento totalmente distinto. Sobre o fardo de atuar na Série B, o técnico respondeu: “No futebol brasileiro, os insucessos são acumulativos e retroativos. É inevitável carregar o insucesso de uma temporada anterior para quem está iniciando. Os jogadores sofrem, a diretoria, e o treinador que fica no cargo”.
O novo técnico falou sobre a importância da torcida se manter apoiadora neste início de trabalho. Porém, disse entender que as cobranças existirão por um resultado positivo logo em seguida. Sobre seu modelo de jogo, Roger comentou: “Se a gente puder manter conexões semelhantes ao que construimos em outro momento, mas encontrar a forma de característica nos jogadores que tenho, é tão importante quando encontrar um modelo de trabalho”.
Em 2021, Roger Machado foi procurado pelo Grêmio para assumir o tricolor gaúcho enquanto o clube vivia momento difícil na zona do rebaixamento da Série A do Campeonato Brasileiro. O técnico explicou seus motivos sobre não ter vindo para Porto Alegre na ocasião: “Tive um contato sim, fui procurado quando saí do Fluminense. Expliquei minhas razões, era uma organização da minha vida pessoal e profissional. O Grêmio sempre foi uma possibilidade, sempre tive vontade de voltar”.
Um dos grandes desafios de Roger, diversas vezes ressaltado pelo vice de futebol do clube, Denis Abrahão, será fazer ‘menos com mais’, por conta dos desafios financeiros gremistas em 2022. O técnico também falou sobre a primoridal questão: “Dificilmente você consegue montar um grupo de jogadores partindo do zero e com todas características que deseja. Clube se caracterizou por ser formador. 2015, não foi diferente, apostou na base e jogadores qualidade”.
Questionado sobre a relação do grupo de jogadores, o técnico Roger Machado se demonstrou tranquilo sobre o tema: “Pela trajetória no futebol, tendo estado no lado do vestiário, eles (jogadores) não são os maiores problemas. O que eu ouvi do Vagner (Mancini), foi muito satisfatório. É um grupo muito motivado para devolver o Grêmio ao seu lugar”.
Ainda sobre o plantel tricolor ser um empecilho, o novo treinador do Grêmio fez questão de ressaltar sua confiança: “Não me preocupa de forma alguma. Na minha opinião, os problemas do futebol eles começam e acabam no campo. O que não enxergamos, a gente costuma atribuir peso muito maior do que de fato existem. Gerir faz parte do processo”.
* Por supervisão de: Marjana Vargas