A direção do Inter se manifestou sobre a investigação do Ministério Público envolvendo ex-presidente do clube

A direção do Inter divulgou nota oficial, em seu site, manifestando apoio às investigações do MPE-RS (Ministério Público Estadual do Rio Grande do Sul) envolvendo a gestão de Vitorio Piffero na presidência do clube, no biênio 2015-2016. O texto não menciona o nome do cartola.

“Trata-se de assunto extremamente grave e relevante, precisando ser esclarecido com celeridade, zelo e segurança”, ressalta a postagem. “Se houver a comprovação dos fatos por ora investigados, a direção irá em busca das medidas legais para o ressarcimento dos recursos aos cofres do Clube.”

Assinado pelo presidente reeleito Marcelo Medeiros e pelos presidente do Conselho Deliberativo, Sérgio Juchem, e Fiscal, Geraldo Costa da Camino, o texto conclui:

“Da mesma forma que colaboramos com a sindicância interna, que a partir dos apontamentos do Conselho Fiscal levaram à rejeição das contas da gestão 2016, e com as investigações do MPE, o Clube segue à disposição para contribuir com os promotores no que eles solicitarem”.

Entenda o caso

Conforme o MPE-RS, ex-dirigentes do Colorado no período 2015-2016 são suspeitos de envolvimento em crimes como desvio de recursos, lavagem de dinheiro, apropriação indébita, estelionato, organização criminosa, falsidade documental. Os ilícitos vieram à tona no ano passado, em um relatório produzido por empresa de auditoria contratada pelo clube.

De acordo com a investigação, as irregularidades incluíram desvio de recursos para obras que nunca foram realizadas, superfaturamento de despesas e até pagamento de propina em contratação de jogadores e acordos trabalhistas prejudiciais ao clube mas que favoreceram terceiros.

“O Inter colaborou durante a investigação inteira e é vítima de todos esses fatos”, frisou o promotor Flávio Duarte, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual. Na quinta-feira, agentes do órgão cumpriram mandados de busca e apreensão de documentos e computadores em endereços ligados a empresários e ex-dirigentes. “Em torno de R$ 10 milhões em espécie foram retirados do clube.”

As investigações também sugerem que pelo menos um jogador sabia dos desvios de dinheiro em contratos, que envolveram tanto o departamento de futebol profissional quanto categorias de base. Até o momento, porém, são mantidos em sigilo os nomes de atletas e empresários e nenhum pedido de prisão foi feito – não está descartada a hipótese de que as futuras sentenças incluam a determinação de ressarcimento dos valores aos cofres do Beira-Rio.

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