Por Redação Rádio Grenal | 19 de maio de 2020
A pandemia está causando mudanças quase que extremas na vida de todos. Não é diferente com o atacante Juba. O jogador, que até antes da parada do futebol vestia a camisa do Novo Hamburgo, está sem jogar futebol profissional e também sem contrato. Por conta disso, ele tem trabalhado na empresa administrada pela esposa, no ramo de vestuário. Em entrevista exclusiva à Rádio Grenal na tarde desta terça-feira (19), Juba comentou que a loja foi criada há dois anos com o objetivo de ser uma renda extra para a família, tendo em vista a incerteza futebolística. “Eu ajudo minha esposa na loja, porque nesta fase caiu muito as vendas. Sempre que não estou ajudando. Tudo que ela me pede eu vou e faço. Criamos essa loja em 2018 até para ter uma renda, porque o futebol é incerto”, explica.
O futebol gaúcho está paralisado desde o dia 16 de março e ainda não tem data certa para que a bola volte a rolar nos campos do Rio Grande do Sul. Desde o sábado (16), ou seja, dois meses depois da paralisação, Juba está sem contrato e, por tabela, sem futebol. O jogador, com 35 anos, admite ter esperança para que algo novo apareça no âmbito profissional. “Acho que vou ficar desempregado até o final do ano. Criaram uma situação onde não tem rebaixamento e podem contratar outros jogadores. Ou seja, o Novo Hamburgo não precisa mais da gente. De repente jogam com a base. Eu acho que estou muito bem estando com 35 anos. Espero que apareça alguma coisa. Tento ao máximo manter a parte física”, confessa.
Em abril, os jogadores profissionais de futebol foram beneficiados com o auxílio do Governo Federal em meio aos impactos financeiros provocados pela pandemia da Covid-19. A ajuda se deu aos empregadores que vierem a suspender ou reduzir a jornada e salários de seus empregados. Juba trouxe esse fator para a entrevista, onde ressaltou que o Novo Hamburgo poderia ter usufruído deste beneficio para auxiliar o seu plantel de jogadores. Entretanto, nem o clube e nem a Federação se reuniram para traçar um plano que beneficiasse os atletas no geral, apenas os clubes. “O clube poderia ter entrado na MP para auxiliar os atletas, de repente suspendendo os contratos. Poucos pensam nos atletas. Os atletas são como se fossem mercadorias. Se pensassem nos jogadores, até a Federação poderia ter ajudado. Fizeram tantas reuniões para tomar uma decisão que só prejudicou os atletas. Não pensaram na maioria, pensaram nos clubes.”
Antes da paralisação dos campeonatos, o Novo Hamburgo ocupa o segundo lugar do Grupo A do Gauchão, com três pontos.
* Por supervisão de: Marjana Vargas