Lateral falou com exclusividade ao programa Contra Ataque, da Rádio Grenal
Foto: (Lucas Uebel/Grêmio FBPA)Por Redação Rádio Grenal | 26 de junho de 2020
*Nícolas Wagner
Figura importante das conquistas do Grêmio da Copa do Brasil de 2016 e da Libertadores de 2017, o lateral-direito Edilson vive um momento de incerteza quanto ao futuro. No dia 5 junho, ele foi dispensado pelo Cruzeiro, que justificou pela necessidade de cortes financeiros. Enquanto aguarda a oficialização da rescisão junto à CBF, o ex-jogador tricolor concedeu entrevista exclusiva à Rádio Grenal nesta sexta-feira (26), em que comentou sobre o conturbado período na raposa e, é claro, relembrou a vitoriosa e polêmica passagem pelo Grêmio.
Residindo em Porto Alegre enquanto aguarda definições para o futuro, Edilson revelou uma certa incredulidade com o anúncio da direção do Cruzeiro de que não contavam mais com ele e o meia Robinho. “Em janeiro, quando decidi ficar, tanto eu quanto o Robinho abrimos mão de um salário para ajudarmos de alguma forma. Porém, nos pegou de surpresa que há 20 dias nos chamaram e disseram que queriam fazer cortes. Não entendi”, contou o lateral.
Edilson comentou sobre como foi atuar no Cruzeiro em meio à maior crise da história do clube, que culminou no rebaixamento à Série B. Ele destacou que a saída de Mano Menezes abalou o grupo, que tinha grande confiança no treinador. Também criticou, sem citar o nome, o ex-diretor de futebol da raposa, Zezé Perella, que segundo o lateral “tinha dito que ia botar tudo em dia, mas não fez nada de diferente”, se referindo aos salários dos atletas, que chegaram a ficar “6 ou 7 meses sem receber”. Edilson ainda destacou que era difícil ter tranquilidade para trabalhar em meio à sequência de notícias que surgiam em relação a crimes cometidos por dirigentes do Cruzeiro.
Polêmicas no Grêmio
Além das conquistas que o colocaram como figura na história do Grêmio, Edilson teve episódios polêmicos na segunda passagem pelo tricolor. Especialmente nos clássicos com o Inter em 2016. Na partida do 1° turno do Campeonato Brasileiro, vencida pelo Grêmio por 1 a 0, ele comemorou agitando a bandeirinha de escanteio do Beira-Rio. Na partida de volta, um 0 a 0 na Arena, o lateral foi expulso após agredir Rodrigo Dourado, volante colorado.
Edilson disse que sempre procurou se destacar e ganhar o torcedor gremista pelas atuações dentro de campo, e não pelas provocações ao rival. Quanto ao episódio com Dourado, reconheceu o erro, mas se defendeu. “Há um arrependimento sim em relação ao Rodrigo Dourado, por tudo que a gente representa para as crianças. Mas dentro de campo, com ânimos à flor da pele, é difícil controlar. Também ninguém é santinho, mesmo que pareça fora de campo”, afirmou o lateral, que complementou dizendo que desde então não falou com Dourado, mas que não teria qualquer problema se, por exemplo, cruzasse com o atleta colorado em um restaurante.
A saída do Grêmio para o Cruzeiro para a temporada de 2018 também foi conturbada, já que Edilson foi até à casa do presidente Romildo Bolzan Jr., em Osório, para pedir a liberação. “Eu fui muito sincero com o presidente. Recebi uma proposta muito boa. Eu fui muito homem de ir na casa dele, explicar que tinha uma proposta tal, e fui pedir para sair”, se defendeu o jogador. Entretanto, ele admite que pensaria duas vezes se soubesse tudo que viria na sequência em Belo Horizonte. “Não sei se a palavra certa é arrependimento. Fui para o Cruzeiro e fui campeão [da Copa do Brasil] no primeiro ano. Mas o Grêmio nunca saiu da minha cabeça. Hoje não sei se faria da mesma forma”, admitiu o lateral.
Quase retorno ao Grêmio e futuro
Na transição da temporada de 2019 para 2020, Edilson esteve próximo do retornar ao Grêmio para sua terceira passagem. Houve inclusive conversas da direção com seu empresário Gilmar Veloz. “Todo mundo sabe a história maravilhosa que fiz aqui. Tenho muito respeito por quem dirige o Grêmio neste momento. Teve sim grande chance de retorno no início do ano, mas por ambas partes acabou não acertando”, explicou o jogador.
Sobre o futuro, Edilson aguarda a liberação do Cruzeiro para buscar um novo clube. Mesmo com 33 anos, ele garante ainda ter acredita na sua capacidade, e descarta, por exemplo, mudar de posição para aguentar a intensidade dos jogos. “Penso que posso jogar pelo menos mais 4 anos em alto nível. Estou muito bem fisicamente”, concluiu o lateral.
* Por supervisão de: Marjana Vargas
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