Em amistoso com ações antirracistas, Brasil goleia Guiné por 4 a 1

Joelinton fez o primeiro gol da Seleção.

Foto: Joilson Marconne/CBF

“Com racismo não tem jogo”. Sob o lema antirracista, que moldou o cenário do amistoso deste sábado (17), a Seleção Brasileira venceu Guiné por 4 a 1, no Estádio Cornellà El-Prat, em Barcelona, na Espanha. Durante o primeiro tempo, o Brasil atuou com um uniforme preto pela primeira vez em sua história. O jogo ainda ficou marcado por manifestação dos jogadores, cartazes da torcida em homenagem a Vinícius Júnior, que marcou um dos gols.

Joelinton, Rodrygo e Éder Militão também balançaram as redes pela Seleção Brasileira. Os comandados de Ramon Menezes não apresentaram um futebol vistoso e tiveram dificuldade para controlar efetivamente o modesto adversário. Vinícius Júnior, que tinha os holofotes voltados para si e vestindo a camisa 10, fez um jogo discreto. Melhorou a atuação no segundo tempo, com jogadas plásticas, mas sem sucesso.

Assim que o árbitro letão autorizou o início do jogo, jogadores de Brasil e Guiné se ajoelharam e sentaram no chão em protesto contra o racismo por um minuto. Apesar do estádio com muitos lugares desocupados, a torcida fazia barulho a cada vez que Vinícius Júnior. tocava na bola. Nas arquibancadas, torcedores exibiam cartazes e faixas com menção ao brasileiro e em combate ao racismo.

Guiné não se intimidou no primeiro jogo contra uma seleção campeã mundial e seus jogadores não facilitaram a vida dos brasileiros, que demoraram a se encontrar no jogo. O ritmo da equipe guineana não era nada amistoso.

O oportunismo falou mais alto aos 27 minutos em favor da seleção brasileira. Guiné cometeu uma falta infantil na lateral da grande área. Na cobrança de Danilo, Richarlison desviou o cruzamento, o goleiro Koné fez boa defesa, mas o estreante Joelinton – que não perdeu o faro de gol, apesar de deixar a posição de atacante – apareceu para empurrar para a rede.

Com o placar inaugurado, o Brasil entendeu que o lado esquerdo era o ponto fraco da defesa de Guiné. Por lá, Rodrygo foi valente, recuperou a posse de bola e chutou para estufar a rede e ampliar o marcador. Guiné, porém, não esmoreceu e mostrou vontade para aproveitar qualquer brecha. Guirassy aproveitou indecisão da defesa brasileira e cabeceou para as redes após cruzamento no limite da linha de fundo, descontando o placar aos 36 minutos.

Na volta do intervalo, o Brasil trocou o uniforme pelo tradicional, com camisas amarelas, calções azuis e meiões brancos. Não demorou para a seleção engatar uma pressão sobre Guiné. Lucas Paquetá alçou a bola para a grande área, novamente do lado canhoto da defesa da seleção africana, Éder Militão apareceu e desviou para o fundo do gol.

Com a partida controlada, a Seleção Brasileira passou a arriscar em lances que exigem habilidade, como dribles, e precisão, com chutes de fora da área. Vinícius Júnior se sentiu mais à vontade e começou a aparecer mais.

Com alterações, Guiné ganhou fôlego novo e se lançou ao ataque. Ederson se mostrou decisivo, como na final da Champions League no último sábado, e fez boa defesa. Richarlison pegou um gol impressionante, saindo cara a cara com o gol. O atacante do Tottenham se atrapalhou com a bola, exagerou nas tentativas de dribles e ficou no quase.

Aos 40 minutos, Malcom, que entrou no lugar de Rodrygo, balançou para cima da marcação e foi derrubado. O juiz assinalou pênalti e Vinícius foi para a cobrança. O atacante cobrou com categoria, buscando o canto inferior direito e fazendo a festa da torcida, para coroar um amistoso feito em torno da causa antirracista da qual ele se tornou a voz mais destacada no futebol. Pouco depois, ele foi substituído por Rony, do Palmeiras, e ganhou mais aplausos da torcida.

Ficha técnica

Brasil: Ederson; Danilo (Vanderson), Éder Militão, Marquinhos e Ayrton Lucas; Casemiro, Joelinton (Bruno Guimarães) e Lucas Paquetá (Raphael Veiga); Vini Jr. (Rony), Rodrygo (Malcom) e Richarlison (Pedro). Técnico: Ramon Menezes.

Guiné: Ibrahim Koné; Antoine Conté (Dembo Sylla), Sow, Mouctar Diakhaby e Issiaga Sylla; Diawara, Moriba, Guilavogui (Morlaye Sylla) e Naby Keïta (Cissé); Kamano (Diaby) e Guirassy (José Kanté). Técnico: Kaba Diawara.

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