Atacante relatou que foi posto "contra a parede"
Foto: (Lucas Uebel/Grêmio FBPA)Por Redação Rádio Grenal | 29 de abril de 2020
De futura promessa do clube, o atacante Ferreira passou a viver um imbróglio com o Grêmio, que inclusive foi parar na Justiça. Afastado da equipe principal, o jogador, em suas primeira versão sobre os episódios, fez criticas a diretores e citou apoio do técnico Renato Portaluppi, ressaltando que seu desejo nunca foi por sair do clube.
Em meio à situação pela renovação, Ferreira relatou ter sido colocado “contra a parede”. Segundo as declarações do jogador concedidas ao o jornalista Jorge Nicola, em entrevista ao Canal do Nicola, um dos principais entraves com o Grêmio foi em relação às porcentagens, que no papel não eram colocados como se havia tratado informalmente com os diretores. Os nomes dos dirigentes não foram revelados.
“Na primeira oferta, eles ofereceram R$ 30 mil. Passaram umas quatro reuniões e o valor não subia. A questão não era nem o salário. Volto a dizer, as questões eram os percentuais. Eles acham que nós, jogadores, não conversamos. Eu ali, na minha situação acontecendo, outro jogador vinha e falava: “li que você não vai ganhar luva. Eu renovei e ganhei tanto de luva. E ganho isso, na base, mais que você”. O que eu e meu agente entendemos? As pessoas ali não confiavam no meu futebol, mesmo eu provando”, explicou o atacante.
Um dos incômodos relatos pelo jogador também diz respeito aos percentuais em caso de uma venda, que no momento, não lhe daria lucros por seus direitos econômicos: “A gente brigou para ter uma porcentagem e o Grêmio não queria ceder. Se eu fosse vendido, a escolinha ganhava 20%, o Grêmio 80% e eu chupava dedo. Quando a gente fazia contraproposta, eles só falavam que não e ficava tudo parado. Quando vê, o Grêmio chegou em mim e falou: “ou renova ou está fora da lista da Libertadores”. De um dia para o outro. Não tem como decidir sua vida em 24 horas. Me deixaram contra a parede e decidiram me afastar. ”
Durante a entrevista, Ferreira agradeceu pelo apoio recebido do técnico Renato Portaluppi, que se mostrou a favor de sua renovação: “A questão foi com os diretores, que falam uma coisa comigo e colocavam outra no contrato. Eu não culpo o clube e nem o professor Renato, que ligou para o meu pai e ouviu nosso lado. Ele (Renato) era a favor da minha renovação. De todas as formas, o Renato tentou ajudar.”
Em diversos trechos, o atacante ressaltou que seu desejo não era por um desligamento do Grêmio: “Meu desejo nunca foi sair do Grêmio. Sou muito grato ao Grêmio. A minha decisão foi por conta de como as coisas foram acontecendo. O clube decidiu me afastar, até por uma pressão para mim assinar o contrato. Depois que eu fui para a Justiça foi que o clube decidiu me colocar para jogar, mas mesmo assim não teve jogo por conta dessa parada.”
A situação judicial
Antes da parada, Ferreira tentou rescindir seu contrato. Uma das alegações foi pela medida do atacante ser afastado dos treinos do time principal. A situação ocorreu em decorrência do impasse na situação de renovação contratual. O vínculo de Ferreira se estende até junho de 2021.
Com o pedido indeferido da Justiça do Trabalho, Ferreira segue com o contrato com o Grêmio, não podendo se transferir para outro clube até a próxima fase do processo, ainda sem data para ocorrer. A Justiça do Trabalho suspendeu prazos e audiências até 30 de abril, em virtude da pandemia de coronavírus.
* Por supervisão de: Marjana Vargas