“Não entendo por que um gay no futebol é notícia mundial”, diz Renato

Em entrevista à coluna da jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, o técnico do Grêmio, Renato Portaluppi, comentou a questão de gays no futebol, racismo, entre outros assuntos.

Sobre o politicamente correto, o treinador do Grêmio foi enfático: “O que eu acho é o seguinte: se tem um gay na música é normal, se tem um gay ator é normal, se tem um gay em qualquer outra profissão é normal. Mas se tem um gay no futebol, vira notícia mundial. Por quê? Não entendo isso”.

“Se eu tenho um jogador gay, vou sacanear ele de manhã, de tarde e de noite. Eu quero é que ele jogue. O que não pode é misturar as coisas: entrar no vestiário de sacanagem por ser gay e levar mais para o lado gay dele do que para o trabalho. Aí ele tá fora comigo”, disse.

Ele condena qualquer ato racista nos estádios. “Claro que sou totalmente contra. Mas os caras têm a mania de dizer que só acontece no Rio Grande do Sul. Não existe isso. Acontece em muitas partes do mundo e do Brasil, mas é só daqui que os caras falam. E tem uma cobrança maior em cima da torcida do Grêmio. Não entendo o porquê.”

Em 2014, o time gaúcho foi eliminado da Copa do Brasil por ofensas de uma torcedora dirigidas ao goleiro negro Aranha, do Santos. Uma das imagens mostrava ela gritando “macaco”. Em maio deste ano, um vídeo flagrou um grito de “macaco”, com uma voz feminina, dirigido ao jogador Yony González, do Fluminense, quando ele comemorava um gol marcado contra o Grêmio em Porto Alegre.

Renato se aposentou há 20 anos. Se na época não havia chance de um “nude” seu vazar na internet, não faltavam convites para que posasse sem roupas na antiga revista G Magazine, para o público gay: “Mas aí é expor demais, entendeu? É a mesma coisa com a Playboy. Eles tentaram a Carol [filha]. Pô, tive vários desentendimentos com os caras. Não tem dinheiro que faça a minha filha posar”.

Renato roubava a cena. Certa vez, mostrou a cueca a pedido da apresentadora Xuxa e da plateia feminina. Em outra oportunidade, citou o nome de mães de colegas de vestiário, jogando uma rosa e um beijo a cada homenageada. “Foi uma brincadeira sadia. Eu não tava sacaneando ninguém, tava sacaneando numa boa, mas nada que machucasse ninguém.”

Após conquistar cinco títulos nos últimos três anos pelo Grêmio, Renato seria um dos favoritos a assumir o comando da amarelinha caso Tite deixe o cargo. “Se um treinador falar que não quer comandar a Seleção, ele tem duas coisas na cabeça: ou não se garante, ou tem medo. Meu sonho é esse”, disparou. “Se vou chegar lá, eu não sei. Quem decide isso é a CBF. Mas a minha parte eu estou fazendo.”

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