Por Redação Rádio Grenal | 4 de novembro de 2018
A decisão tomada pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) neste sábado (3) de rejeitar o pedido do Grêmio e confirmar o River Plate na decisão da Copa Libertadores contra o Boca Juniors – além de uma suspensão de três partidas e multa de US$ 50 mil (R$ 184 mil) ao técnico Marcelo Gallardo – irritou profundamente e causou enorme indignação à diretoria do clube gaúcho.
“É uma profunda decepção e que me faz rever muitos conceitos. O que aconteceu nesse um dia e meio de deliberação, alguém um dia vai contar. Se fosse para tomar essa decisão tão pífia e escrever em duas folhas e meia… Sinceramente. O Grêmio fez o que tinha de fazer, de cabeça erguida e com muita hombridade. Está dizendo que a decisão é absurda, antijurídica e afrontosa. O tribunal se coloca de cócoras”, disse o presidente do clube, Romildo Bolzan Junior, em entrevista à uma rádio local após a decisão da Conmebol ter sido revelada.
“Vamos analisar o recurso, mas sem parar com a competição. Vou garantir o recurso, a luta, a nossa dignidade. Nós queremos saber que tipo de pressão houve para tanta demora na divulgação da decisão. Não quero nem externar o que estou imaginando que aconteceu, pois não precisaria levar 40 horas para decidir o que decidiu. Um dia alguém vai contar essa história, tomara que com riqueza de detalhes. Mas eu gostaria de saber muito o que aconteceu, quem começou julgando de uma forma e terminou de outra e o motivo”, afirmou o presidente em fala à Rádio Grenal.
A Conmebol já havia sinalizado que não aceitaria a denúncia ao confirmar as datas das finais. As duas partidas da decisão estavam previstas para os dias 7 e 28 deste mês. Uma reunião do G-20 (grupo dos 20 países mais ricos do mundo) em Buenos Aires fez as autoridades argentinas pedirem a mudança das datas para os próximos dias 10 e 24 (dois sábados).
Na véspera da decisão da Conmebol, Marcelo Gallardo concedeu entrevista coletiva em Buenos Aires. O técnico do River Plate disse que foi movido “por impulso” para ajudar a sua equipe, mas que entendia que seu clube não deveria ser tirado da final.
Logo após a partida de terça-feira (30), vencida pelo River por 2 a 1, o time gaúcho fez uma reclamação formal à Conmebol pedindo a mudança do resultado. O Grêmio pleiteava ser declarado o vencedor da partida por 3 a 0. Com isso, ele seria o finalista. A alegação foi o descumprimento da punição imposta ao técnico argentino. Mesmo suspenso, Gallardo assistiu ao jogo de uma cabine, usou um rádio durante boa parte do jogo, provavelmente para se comunicar com o auxiliar-técnico.Além disso, ele desceu ao vestiário do River no intervalo da partida e os seguranças do River impediram o delegado da partida (da Conmebol) de entrar no local para retirar Gallardo.
A audiência começou na sexta-feira (2) na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai. Os membros do Tribunal Disciplinar da Conmebol voltaram a se reunir na manhã de sábado para tomar a decisão, que só foi anunciada à noite.