OPINIÃO: A insensatez da terra arrasada feita com o Inter

Foto: Ricardo Duarte / S.C. Internacional

*Por Nícolas Wagner

O dinamismo do futebol impressiona. Há uma semana, após mais uma derrota em Grenal, o Internacional era taxado por muitos como uma equipe fraca e cheia de problemas. A crise foi instaurada externamente, com pseudo torcedores chegando a atirar rojões em direção ao campo do CT Parque Gigante no qual os atletas se preparavam para o jogo contra o Coritiba.

Uma semana depois, a empolgação voltou a reinar na torcida e na imprensa após uma consistente vitoria dos comandados de Eduardo Coudet sobre o Santos, que coloca o colorado na vice-liderança nesta arrancada de Campeonato Brasileiro. Foram 25 finalizações contra 6, além de 59% de posse de bola.

É mais uma amostragem do maniqueísmo com que tratamos equipes de futebol aqui no Brasil. Mas, principalmente, da insensatez da opinião pública ao fazer terra arrasada com o Inter após o Grenal. Uma derrota que esteve muito mais atrelada a um travamento mental, que o colorado vem demonstrando nos clássicos, do que a problemas no modelo de jogo de Coudet ou na maioria de suas peças (exceção feita a Moisés e Musto).

Claro que o Grenal tem um peso muito grande no Rio Grande do Sul. É uma competição à parte que o Inter desaprendeu a jogar. Mas é preciso considerar a força do tricolor, comparável a no máximo duas equipes em todo país. No mais, a apresentação exemplar do Inter contra o Peixe mostra que, feitos alguns ajustes como a bola aérea, o Inter pode sim brigar por coisas grandes nesta longa e intensa temporada.

* Por supervisão de: Marjana Vargas

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