OPINIÃO: Churín não é o melhor custo-benefício que o Grêmio pode conseguir

Grêmio negocia com o Cerro Porteño pelo centroavante argentino de 30 anos

Foto: Cerro Porteño / Divulgação

*Por Nícolas Wagner

A extensa busca do Grêmio por um centroavante parece que vai ser concluída com Diego Churín, argentino de 30 anos do Cerro Porteño. Em entrevista exclusiva à Rádio Grenal no sábado (17), um dos vice-presidentes do tricolor, Marcos Hermann, confirmou a negociação pelo atleta, embora tenha revelado que faltam detalhes importantes para o anúncio. Entre esses detalhes, certamente está o valor do negócio, que seria de 3,8 milhões de dólares (R$ 21 milhões) segundo informação do colega Victor Sostoa, da Rádio Unión, do Paraguai.

Com 1,87 e forte fisicamente, Churín é o clássico centroavante trombador. Dedica-se bastante para a equipe, briga com os zagueiros e tem um bom jogo aéreo. Por mais que já estejam pegando no pé por ser um atacante experiente que ainda não chegou a 100 gols na carreira, os números pelo Cerro são bons: 53 gols em 128 jogos desde que chegou, em 2017. Na atual temporada, são 8 tentos em 20 partidas.

Porém, o argentino não é um primor técnico. Segundo o técnico de futebol Ronaldo Bagé, que o indicou para o Grêmio, ele é inferior nesse quesito a Diego Souza, cuja contribuição coletiva à equipe tem sido pobre em considerável número jogos. Outro aspecto, citado pelo colega Ernesto Giménez, da Rádio 1º de março, do Paraguai, é que Churín custou um pouco para se adaptar no Cerro. É uma demora que o Grêmio não se pode dar ao luxo de ter, considerando que a temporada vai se encaminhando para uma fase decisiva, com confrontos eliminatórios.

A experiência, ou maturidade do atleta, como referido por Hermann, pode ser um ponto positivo projetando, por exemplo, a Libertadores. Mas tem o outro lado: pela idade (faz 31 anos em dezembro), o Grêmio dificilmente vai conseguir revendê-lo por um valor superior ao que vai pagar pelo atleta. São vários aspectos que fazem com que a tendência seja de custo-benefício ruim.

Muito mais interessante seria a contratação de outro centroavante argentino observado pelo tricolor: Ferreyra, do Benfica, de Portugal. Com 29 anos, ele retornou ao clube português depois de duas temporadas no Espanyol, mas está fora dos planos de Jorge Jesus. Tecnicamente é superior a Churín e tem larga experiência na Europa, onde viveu seu melhor momento no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Ainda que esse fato projete um salário alto, o Grêmio poderia trazê-lo por empréstimo aproveitando-se da boa relação com o Benfica, proporcionada pela venda de Everton Cebolinha. Um negócio mais interessante técnica e financeiramente.

* Por supervisão de: Marjana Vargas

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