Com Nenê emulando D'Alessandro, Odair Hellmann foi estratégico para conquistar a Taça Rio sobre o favorito Flamengo
Foto: Lucas Merçon/FFCPor Redação Rádio Grenal | 9 de julho de 2020
*Por Nícolas Wagner
No desorganizado, açodado e polêmico Campeonato Carioca, o Fluminense de Odair Hellmann foi estratégico e valente para superar o favorito Flamengo nos penâltis e conquistar a Taça Rio, forçando a final em dois jogos contra o próprio rubro-negro.
Não bastasse a disparidade técnica, a diferença física por ter voltado a treinar um mês antes indicava larga vantagem para a equipe de Jorge Jesus. Mas o que se viu foi um Flamengo bastante apático, que até causou estranheza pela intensidade longe da habitual e pela noite apagada de suas principais estrelas.
Isso passou também pela estratégia de Odair, que inclusive não foi muito diferente da que ele mesmo utilizou com o Inter contra este Flamengo na partida de ida das quartas de final da Libertadores do ano passado. Com três volantes e Nenê emulando D’Alessandro como articulador pelo lado direito, o intuito foi fechar o centro do campo, onde o Flamengo é realmente forte.
Na formação original de Jesus, quem inicia pelos lados é Arrascaeta e Everton Ribeiro, que são muito mais meias do que pontas. Rafinha e Filipe Luís também não são laterais essencialmente de ultrapassagem. Assim, o Fluminense congestionou o meio, dificultando as combinações rubro-negras nesse setor.
A prova de que essa estratégia estava dando certo é que o gol de empate do Flamengo só saiu após o português promover a entrada de Michael para “abrir” o campo. Bem aberto, próximo à linha lateral, o baixinho deu o passe para Filipe Luís cruzar na cabeça de Pedro, que recém havia entrado.
O tento também coincidiu com a já esperada queda física do Fluminense, que acabou recuando demais sem ter a mesma intensidade para marcar e contra-atacar do 1° tempo. E ainda ilustrou o quanto a mudança na regra, ampliando para cinco o número de substituições, favorece equipes com elencos recheados, como é o caso do Flamengo.
Por fim, vale destacar a valentia e superação do tricolor carioca, que teve muita entrega com as ausências de Fred e Ganso. E a participação decisiva de Muriel, que teve uma noite de Alisson, pegando dois pênaltis e vendo Léo Pereira mandar para fora para dar o título ao Fluminense. O Flamengo segue favorito para os dois jogos finais, mas mostrou que não é imbatível.
* Por supervisão de: Marjana Vargas
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